Olá você do lado dai!

É Luciana, mas pode chamar de Lu! Made in 90's, ilustradora, designer, encadernadora e fotógrafa de aleatoriedades. Viciada em pinterest, café, Harry Potter e BTS, fazendo da arte uma pausa nesse mudo acelerado, tem uns textos meus por aí desde 2010 •⁠ᴗ⁠•

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O Dia Em Que Fiquei Invisível


Os raios de sol entravam pela janela do quarto, de um impulso me pus de pé, "estou atrasada" pensei, rapidamente olhei no relógio e o mesmo ainda marcava seis da manhã, nem quis voltar para cama decidi me arrumar, minha segunda começara. O dia estava quente, abafado, sinal de que não seria bom, na sala todos andavam de um lado para o outro, dei bom e ninguém respondeu, continuaram em seus afazeres, fingindo que eu não estava ali, pensei que talvez fosse pela correria da segunda-feira então não dei muita importância, me arrumei e sai para trabalhar.

Na rua o caminhão pipa da prefeitura molhava os jardins, a água escorria e formava poças como se estivesse chovido, antes de chegar na esquina de casa, um homem numa F250 preta vinha numa velocidade tão alta que bateu numa daquelas poças que me molhou todinha, "será que ele não tinha me visto?" pensei, lá foi eu voltar em casa para trocar de roupa, agora limpa e seca segui para o meu trabalho, não ficava muito longe dali, apenas algumas quadras abaixo.

No escritório estava uma correria, tipico de segunda feira, meus bom dias, todos ignorados, sentei a minha mesa e comecei o meu trabalho, vi a menina do fiscal contar sobre o fim de semana para a do financeiro, vi o subgerente reclamar de erro nos lançamentos, de produção baixa, vi a moça do café trocar olhares com o funcionário novo e recém casado do contábil, eu via tudo ali na minha mesa, sentada, fazendo o meu trabalho, mas quanto a eles me verem, parecia que eu não existia, era como se eu nem estivesse ali, "será que me mandariam embora" pensei, mas porque fariam isso, até onde eu sabia a empresa não estava tão ruim assim para corte de funcionários.

O dia seguiu assim, eu no meu canto e todos agindo como se eu não existisse, então a hora de ir para casa chegou, arrumei minhas coisas e sai, o rapaz da copiadora esbarroou em mim que quando me dei conta estava no chão, ele continuou seguindo como se nada tivesse acontecido, nem ao menos me pediu desculpas, "o que estava acontecendo com todo mundo", levantei e segui para o elevador onde havia duas moças, pareciam funcionarias novas, as duas conversavam sobre uma outra pessoa, "ele a matou?" perguntou uma delas, "não sei dizer, ao que parece, eles não estavam, tiveram uma briga e acabou nessa tragédia, a família esta muito mal, ninguém aqui no escritório acredita ainda, dizem que ela era uma boa funcionaria, dedicada e bem legal", alguém do escritório havia morrido, como eu não saberá de nada, queria saber quem era, mas não queria perguntar, então uma delas perguntou por mim, "como era mesmo o nome dela, Ana não é?", "não era Mariana, Mariana Fontes", foi como se um buraco tivesse se aberto e me engolido, como assim eu estava morta? Isso só podia ser alguma brincadeira, não tinha logica isso, sai rapidamente do elevador e segui para casa, estava furiosa, amanhã conversaria com meu chefe, sobre essa brincadeira de mal gosto.

A casa estava vazia quando cheguei, o silencio predominava, estranho, a essa hora, todos já deveriam estar em casa, procurei meu celular para tentar ligar para alguém, mas não achei, também não tinha porque me preocupar, logo eles estariam em casa, tomei um banho e resolvi descansar um pouco, o dia tinha sido cansativo. Quando despertei a escuridão já havia tomado conta, a casa permanecia silenciosa, ninguém havia chegado ainda, o relógio marcava oito da noite, "será que havia acontecido algo" pensei, peguei o telefone e disquei o numero da minha mãe, chamou, chamou e ninguém atendeu, me virei e na geladeira havia algo colado, uma especie de bilhete que dizia:

"hoje vou dormir na casa do Pedro, amo vocês, beijos Mari"

Mas o que me chocou foi o que havia ao lado, um recorte de jornal com uma noticia triste, uma noticia de morte, um jovem havia matado a namorada por ciumes e depois se matado, o rapaz era o Pedro e a jovem era eu, isso explica tudo, eu não estava invisível, estava morta.

Comentários

  1. Adorei a história, conseguiu me prender do começo ao fim. Bjsss

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  2. Fico feliz que tenha gostado :3
    Bjoss

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  3. Que lindo texto. Adoro essas histórias que você posta. Você é talentosa! <3

    http://anneandcia.blogspot.com.br/2015/04/top-10-filmes-favoritos.html

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    1. Que linda você Anne :3
      Obrigada e fico feliz que goste, seja sempre bem vinda :)

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  4. Adorei a história, também fiquei presa desde o início!
    Beijos da Bru <3

    http://multidaodepensamentos.blogspot.com.br/

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    1. Que bom que gostou Bru, realmente é um tema que faz a gente pensar, então resolvi inovar :)

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  5. aaah que legal, sempre me apaixono por textos assim, recheados de sentimentos hahaha Beijos <3
    http://www.leiturateen.com/

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    1. Ah fico super feliz que tenha gostado Beatriz, obrigada :)
      Beijos!!

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