Com um bipe alto e repetitivo eu desperto quase que completamente, ao fundo ouço algumas vozes que parecem estar no fundo da minha mente, aos poucos eles vão ganhando nitidez e o borrão a minha visão vai ganhando forma, o lugar é bem iluminado, branco e seu cheiro nada mais é que uma exagerada mistura de álcool com produtos de limpeza. Aos poucos vou ganhando consciência e começo a observar o local, estou rodeada de aparelhos, estranhos, mas conhecidos, a fios para todo lado, acima de mim havia uma bolsa com um liquido estranho dentro, ele pingava tão devagar que me deixava sonolenta olhar, o liquido se esvaia por um fio fixado na minha mão direita por uma agulha, aquilo doía, as pessoas a minha volta começam a falar e gesticular desesperadamente, mas eu não conseguia distinguir ou compreender do que se tratava.
Uma moça alta, de branco entra pela porta rapidamente, vem ao meu encontro e começa a mexer nos aparelhos, mexe na minha mão, faz anotações e gesticula, como quem explica algo. Me foco na luz e esqueço esse barulho mudo de quem esta a minha volta, um gotejar ao fundo da minha mente chama minha atenção, aquilo é conhecido, mas não sei dizer ao certo o que é, então fecho os olhos e me deixo envolver pela escuridão, me deixo levar até o barulho, começo então a caminhar, o chão está molhado e as paredes úmidas, não posso dizer ao certo onde estou pois está muito escuro, a unica luza encontra-se a minha frente, no fundo do que parece ser um corredor, a cada passo dado, mais próximo o barulho esta, chego então ao local iluminado.
O bipe alto e repetitivo me desperta novamente, agora posso ver que trata-se de um quarto de hospital, o local está vazio, não há pessoas, não há aparelhos, não há fios, há somente eu e uma cama, atras de uma porta eu escuto novamente o gotejar, levanto-me descalça e sigo em direção a porta levo minha mão a maçaneta e á abro, ao fundo visualizo uma torneira, que goteja incansavelmente, começo a me aproximar para fecha-lá e mais alto e forte o barulho fica, a cada passo dado, ele só aumenta, consigo alcança-la e a fecho, nesse momento sinto como se tivesse levado um choque e desperto, de um impulso sento a cama, as pessoas estavam de volta, os fios, os aparelhos, tudo estava de volta, agora eu podia ver, podia ouvir, tudo fazia sentido.
Meu esconderijo se fora, o mundo me despertara novamente, eles haviam me encontrado, difícil de acreditar eu pensei, não havia rastros, não havia pistas, não havia chaves, como haviam me localizado? Tudo agora estava o chão, lembranças, sofrimentos, dores e pensamentos, tudo se perdeu, juntamente com aquele lugar, um lugar meu, feito por mim para mim, agora eu estava de volta, a caótica humanidade, a insana sociedade, não sabia como nem por que ainda, mas meu esconderijo secreto se perdeu quando fechei a torneira, o mundo me descobriu, agora eu estava acordada, mas não estava pronta para o que viria a seguir.
Que texto lindo, você escreve muito bem parabéns mesmo, amei seu blog.
ResponderExcluirXeruu!!
http://www.primeirodejaneiro.com/
Fico feliz que tenha gostado Rafael :3
ExcluirSeja sempre bem vindo e obrigada pelo elogio :)
Bjooooo
Caraca, ficou muito bom, Lu! Nem sei sobre o que fazer minha blogagem coletiva, não tenho tanta criatividade :( haha um beijo <3 48janeiros
ResponderExcluirFico feliz que tenha gostado Nath :3
ExcluirVocê não tem criatividade, só pode estar brincando comigo, adoro seus textos moça, tenho certeza que vai arrasar :)
Beijos!
Lindo texto! Daria um bom livro. Sabe quando você termina um texto e fica querendo uma continuação? Pois, estou assim haha
ResponderExcluirVocê escreve muito bem moça, parabéns =)
xoxo
paperdream-s.blogspot.com.br
Ah que delicia ler isso :D
ExcluirFico super feliz que tenha gostado e que tenha ficado com gostinho de quero mais.
Xoxo!!